Cheguei a meu apartamento. Cansada e estressada, deitei no sofá preto de couro da sala. Mexi em alguns maços de cigarro no criado mudo com pés de latão e mesinha de vidro, para verificar se ainda restava algum cigarro, mas todos estavam vazios. Que saco! E não havia 10 centavos em minha carteira. Sem poder fumar e entediada, resolvi dormir. Era a única maneira de tentar relaxar. Logo peguei no sono.
Acordei com batidas na porta. Sentei e funguei. Por irresponsabilidade minha, ontem saí sem casaco e ainda peguei uma ventania. Logo, logo ficaria gripada. Cocei o nariz e levantei. Abri a porta. O porteiro pareceu se assustar com minha aparência.
– Bom dia. – Disse ele, tentando corrigir a gafe que dera.
– Bom dia. – Respondi, bocejando.
– É que o seu Marks pediu para que eu viesse cobrar o condomínio. – Disse, sem graça.
– Pergunte a ele porque ele não vem falar diretamente comigo, ok? Nada contra o senhor. Tenha um bom dia.
– Igualmente.
Fechei a porta. Olhei o relógio digital branco que havia no rack marrom. Eram 08:00. 10:00 eu teria de estar no meu trabalho. Caminhei pelo corredor estreito e entrei na primeira porta à direita. Me despi e entrei para o banho. Lavei meus cabelos e me ensaboei. Me enxaguei, tirei o condicionador de meus cabelos e fechei o registro. Abri a porta do Box pegando uma toalha vermelha. Me enxuguei e enrolei a toalha em volta de meu corpo. Peguei uma toalha branca e a coloquei em minha cabeça, para evitar que escorresse água de meus cabelos e molhassem o chão. Escovei meus dentes. Saí do banheiro, e entrei na porta que ficava de frente para o banheiro. Meu quarto. Abri a porta de meu closet pequeno e peguei meu uniforme do trabalho. Vesti a blusa e a calça jeans azul clara, e calcei meu all-star vermelho. Penteei meus cabelos e os sequei rápido com o secador. Só para não sair com o cabelo muito molhado. Peguei minha mochila com desenhos abstratos de várias cores. Fechei a porta de meu quarto, e fui para a sala. Peguei um mói de chaves ao lado da TV de LCD de 21 polegadas e saí, fechando a casa e indo para o trabalho.
Cheguei à portaria. Passei pela porta. Olhei a movimentação na rua. Carros, motos, táxis, e ônibus passavam por ali. Olhei para o lado esquerdo. O ponto ficava a 100 metros dali. Abaixei a cabeça triste por não ter o dinheiro da passagem, e gostando ou não eu seria obrigada a ir andando para o trabalho. Não que ficasse muito longe daqui, porém minha preguiça não facilitava. Forcei minhas pernas a andarem. O sol também não ajudava em nada. Sua claridade batia em meus olhos causando ardência. Mexi no bolso pequeno da mochila e tirei meu óculos escuro preto, redondo e grande. Caminhei durante 20 minutos e cheguei à loja de doces onde trabalhava. Christina, uma menina que trabalhava comigo já havia chegado e já arrumava algumas coisas na loja. Abri a porta e logo ouvi o barulho irritante daquele sino. Coloquei minha mochila sobre o balcão e ajudei Christina a arrumar o resto das coisas. Logo depois chegaram Rose e Mariah. Arrumamos tudo, liberando a loja para os clientes. Fui na parte de trás da loja que era onde ficavam nossos armários com nossos pertences e coloquei um lenço rosa escuro na cabeça e um avental da mesma cor. Voltei para loja e meu expediente de trabalhou teve início.
Passaram-se então algumas horas até meu dia ficar mais insuportável do que já estava. Justin resolveu aparecer com sua suposta namorada para comprarem doces. E para completar a situação, ela ainda conseguia ser mais arrogante que ele. Pensei que Selena Gomez fosse fofa e não aquilo que demonstrou. Mas eu não me importava. Ela saiu da loja e Justin veio falar comigo. Marcamos de nos encontrar à noite, porém só quando ele se foi que eu lembrei que não tinha grana. Pra minha sorte, uma cliente muito gentil me deu 50 U$ como gorjeta, já era alguma coisa. Trabalhei mais um pouco. Meu expediente encerrava as 18:00. Voltei para o vestiário, tirei o lenço e o avental. Os guardei no armário, peguei minha mochila, e voltei para a loja. Me despedi de Rose que ficaria para fechar o caixa e fui para casa, caminhando. Deixaria a grana que recebi hoje pra mais tarde.
Cheguei em casa. Larguei a mochila no sofá. Liguei meu micro system, e corri para o banheiro. Tomei um banho prático e me enxuguei. Voltei para meu quarto. Abri o closet. Escolhi uma calça jeans preta, um top roxo, uma bata branca e meu all-star lilás. Me vesti e voltei para o quarto. Penteei meus cabelos e fiz uma trança embutida, ao lado direito. Por meu cabelo ser picotado, alguns fios fugiam da ordem da trança, mas até que não estava feio. Voltei para o banheiro, passei meu perfume da Victoria Secret’s que por sinal já estava acabando, escovei meus dentes, e voltei para o quarto. Lembrei que minha mochila estava na sala e fui pra lá. Abri o bolso grande e peguei minha necessaire. Peguei o gloss de licor de morango e passei em meus lábios. Mexi meus lábios espalhando o gloss por eles e guardei a necessaire na mochila. A campainha tocou. Fui atendê-la. Abri a porta.
– Não quis esperar na recepção, e resolvi subir. – Disse Justin. Olhei para baixo e vi que ele trazia uma rosa vermelha na mão esquerda. Arregalei os olhos, espantada. – E então, posso entrar ou não?
Justin P.O.V
Deixei Sel em sua casa de passeio que havia aqui em Atlanta e fui pra casa.
Cheguei em casa. Mamãe não estava nem na sala, nem na cozinha. Subi para meu quarto. Deitei. Precisava descansar antes de me arrumar, o dia hoje fora cansativo, e ainda teria outra saída pela frente. Cochilei.
Acordei. O dia lá fora já estava escurecendo. Sentei. Cocei meus olhos, que estavam embaçados e levantei. Fui para o banho. Tomei um banho rápido. Voltei para o quarto com a toalha enrolada em meu quadril. Fui para o closet procurar por uma roupa legal. Vesti uma calça jeans cinza, uma blusa branca com um desenho perto do ombro direito e por cima minha jaqueta preta de couro. Calcei um all-star preto. Passei a mão entre os fios de meus cabelos para deixá-los desalinhados e dei uma conferida no espelho. Tudo certo. Pensei. Peguei minha carteira que eu deixara na poltrona quando chegara e saí de meu quarto, indo até o quarto de mamãe. Ela estava deitada na cama vendo TV.
– Mãe, posso sair? – Perguntei.
Ela me olhou com uma expressão vazia.
– Posso saber o que você vai fazer?
– Jantar.
– Com quem?
– Uma garota.
– Cuidado com os paparazzi.
– Então eu posso?
– Pode.
– Valeu, mãe. – Sorri. – Fica com Deus.
– Vai com ele. – Fechei a porta do quarto e desci.
Cheguei à garagem. Fiz a mesma rotina com o carro e segui para o prédio de Lindsay. Parei antes de chegar lá numa floricultura. Aposto que ela nunca recebera flor de ninguém e ficaria chocada com meu ato de cavalheirismo. Chegando lá, perguntei ao porteiro se tinha problema de subir, porque estava a fim de fazer uma surpresa. Ele respondeu que não, me dando o número do apartamento dela. Subi. Cheguei a seu apartamento, apertei a campainha e logo em seguida ela me atendeu. A ideia da flor bem que deu certo.
Lindsay P.O.V
– Não será necessário. Já estou pronta. – Disse eu. – Espere só 1 minuto. Preciso pegar minha bolsa.
Corri para o quarto e peguei uma bolsa cinza com alguns botões grandes e cinzas de enfeite. Cheguei à sala, abri minha mochila, tirei de dentro dela meu celular, minha necessaire, e minha carteira. Coloquei-as na bolsa cinza. Voltei para o quarto e peguei meu casaco da GAP branco, escrito GAP em vermelho. Coloquei meu casaco pendurado em meu braço esquerdo. Peguei a bolsa cinza de que deixei sobre o sofá e a chave no criado mudo. Saí da sala trancando a ponta com a chave. Coloquei minha bolsa em meu ombro direito. Começamos a andar.
– Aonde vamos? – Perguntei, curiosa, olhando para Justin.
– Ainda não decidi. – Disse, fitando o corredor à frente.
– Ah, sim.
Justin balançou a cabeça como se quisesse sair de um transe e paramos a frente do elevador cor prata.
– Acho que isso é pra você. – Disse, fazendo uma expressão de dor.
– Ahn, obrigada. É linda. – Cheirei a rosa. Seu perfume era embriagante de tão bom.
– Pensei que você diria mais que um “obrigada”. Geralmente são assim que agem as mal-amadas, que nunca receberam flores, nem mesmo de seus pais.
– Se quer saber, eu já recebi flores, sim. E não fale de meus pais, você não tem moral pra isso. – Disse, séria.
Ele percebeu que tinha me deixado mais que irritado e pra disfarçar apertou o botão que chamava o elevador para o andar onde estávamos. Em menos de 1 minuto o elevador chegou. Entramos, e eu apertei o botão do andar térreo.
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